sexta-feira, 9 de setembro de 2011

DENILSON FREITAS




As imagens nos dizem muitas coisas, porém, fazemos perguntas tolas e nos conformamos com o que costumeiramente elas podem nos dizer de imediato e também pelo que dizem sobre elas. A imagem mostrada no artigo de Patricia Zorzam não fala tanto quanto a linguagem que a mesma empregou em sua analise. Consequentemente a visão da autora e o próprio titulo de seu artigo poderia nos influenciar a tecer comentários direcionados sobre a educação.
Antes de discorrer sobre educação eu pergunto se há alguma diferença entre Nós e os escravos do Brasil colônia? Creio que há preconceitos enormes, principalmente quando nos referimos ao negro e ao índio. Até nos discursos inflamados de defesa tanto do índio quanto do negro eu consigo identificar preconceitos. Eu digo isso pelo simples fato de que quase sempre nos referimos ao outro como coisa, objeto, utensílio, e nunca como seres humanos.
Que diferença existe entre os escravos da obra de Debret, de nossa postura diante da sociedade moderna? Creio que nenhuma, pois da mesma forma somos conduzidos pelos mesmos interesses econômicos do passado. Digo que hoje é pior, pois somos praticamente obrigados a nos transformar em peças funcionais do sistema renegando nossa liberdade.
Então que educação nos estamos tratando? Educação de liberdade do sistema? Educação para a perpetuação do sistema? Educação religiosa? Mas o ensino religioso não é obrigatório nas escolas? Então porque refletir somente sobre os índios e sua evangelização? Devo esclarecer que não defendo A nem B, pois o que mais tem nesse mundo é picaretas, ladrões, desalmados seja em qualquer organização religiosa ou não.
Defender a cultura indígena ao meu ver mas parece mito, pois esse discurso mais defende seu isolamento do que inclusão e respeito. Mas do que os evangélicos, o próprio sistema já os engoliu de tal forma que suas raízes são gradativamente exterminadas. Discursos de defesa serviram para que houvesse um enorme desvio das instituições de apoio ao índio no nosso Amapá para os bolsos de “caciques políticos”.
Depois de tudo isso eu digo que educação é conhecer a verdade seja ela em qualquer aspecto em que se está envolvido. Por exemplo, você deixaria um amigo caminhar em direção a morte sabendo que podes fazê-lo caminhar em direção a vida? Pois é, muitos deixam por desconhecer o caminho errado, e mal sabem qual o caminho certo. Se estou envolvido em alguma coisa procuro conhecer suas verdades e quando não sei, simplesmente não opino mas logo em seguida procuro saber. Ninguém pode se deixar transformar em piolho, pois alguém lá em cima também nos deu uma mente igual a todos os outros seres humanos para não andarmos na cabeça de ninguém, muito menos de Patricia Zorzam.

Um comentário:

  1. eu ainda recomendo observar a concepção de verdade como sendo apenas uma narrativa, que pode ter origens das mais diversas. Algumas coadunam outras se distanciam.

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