Este blog se trata de um projeto desenvolvido por mim em parceria com estudantes e ex-estudantes de Licenciatura em Artes Visuais, artistas visuais, Professores de Artes Visuais formados pelo Curso de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade Federal do Amapá. Aqui eu realizo e apresento proposições temáticas sobre ensino de arte que se tornam um desdobramento contínuo das ações de sala de aula pensadas em conjunto com meus estudantes.
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Dia 72 no calendário spin: Fwd: versículos 84 a 108
Dia 72 no calendário spin: Fwd: versículos 84 a 108: Mensagem original De: jose carlos lima < ideiasemarmario@yahoo.com.br > Para: edson_barrus@ig.com.br Assunto: versículos 84 a 108 Envi...
Dia 69 no calendário spin: Fwd: versículos 84 a 108
Dia 69 no calendário spin: Fwd: versículos 84 a 108: Mensagem original De: jose carlos lima < ideiasemarmario@yahoo.com.br > Para: edson_barrus@ig.com.br Assunto: versículos 84 a 108 ...
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
IMAGENS E IDENTIDADES: DIVERSIDADE SEXUAL NO ENSINO DE ARTE MULTICULTURAL
Artigo Apresentado por mim no 21º ANPAP 2012 - Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas.
Ficha catalográfica abaixo.
Também disponível no site do evento: http://www.anpap.org.br/anais/2012/pdf/simposio12/alexandre_pereira.pdf
IMAGENS E IDENTIDADES DIVERSIDADE SEXUAL NO ENSINO DE ARTE.pdf
Ficha Catalográfica
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ/REDE SIRIUS/BIBLIOTECA CEH/B
E56 Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas
(21.: 2012 : Rio de Janeiro)
Anais do Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas [Recurso eletrônico] / Sheila Cabo Geraldo, Luiz Cláudio da Costa (organizadores). – Rio de Janeiro: ANPAP, 2012.
1 CD-ROM: 4 ¾ pol.
ISSN 2175-8220 : (CD-ROM)
ISSN 2175-8212 : (versão eletrônica)
Encontro realizado nos dias 24 de setembro à 29 de setembro de 201, com o tema: "Vida e ficção: arte e fricção".
1. Artes plásticas – Rio de Janeiro - Congressos. 2. Artes plásticas – Pesquisa – Congressos. I. Geraldo, Sheila Cabo. II. Costa, Luiz Cláudio da. III. Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (Brasil). IV. Vida e ficção: arte e fricção. V. Título.
terça-feira, 23 de outubro de 2012
A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo
Este texto está originalmente disponível em http://www.gpef.fe.usp.br/teses/agenda_2011_02.pdf
A Centralidade Da Cultura
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
A Cultura Visual no Ensino de Arte Contemporâneo: singularidades no trabalho com as imagens
A Cultura Visual no Ensino de Arte Contemporâneo: singularidades no trabalho com as imagens
Erinaldo Alves do Nascimento
Originalmente publicado na edição nº42, julho de 2006, do Boletim Arte na Escola
( http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=50)
Adaptação.
[...]
Estamos vivendo uma época de intensa proliferação do visual na qual se desenvolve, paulatina e continuamente, um processo de rechaçamento da “identidade como eu” e uma valorização da “identidade como nós”. Considero que o homo clausus [Expressa a compreensão de "homem no século XIX e início do Século XX para qual esse homem era fechado "fechado em si mesmo” ou possuía uma personalidade "fechada” Homo Clausus significa "homem fechado" ou "personalidade fechada" e era um entendimento de que o homem vivia independente das relações sociais e sua identidade era dada ao nascimento e não uma construção social, como compreendemos atualmente], cunhado por Norbert Elias como uma invenção da modernidade, esteja, aos poucos, sendo questionado, e é provável, caso essas propostas venham a ser efetivadas, que, no
lugar de um sujeito individualista, desponte um outro sujeito, mais aberto para, continuamente, questionar as interpretações sobre si, estranhando as noções familiares e os julgamentos sobre o outro, tentando tornar familiar o que parece ser estranho.
Em razão das condições de possibilidades mencionadas, que podem ser associadas a muitas outras, começa a repercutir, cada vez mais, as contribuições da cultura visual. No Congresso Internacional do INSEA (International Society for Education Trough Art), realizado em Viseu, Portugal, de 01 a 05 de maio de 2006, como registra o Boletim Arte na Escola, n. 41, a Cultura Visual foi o centro dos debates.
Por ser um campo de estudo e ensino ou, como prefiro chamar, uma perspectiva educacional em Artes Visuais ainda emergente – e considerando que não se preocupa em estabelecer fronteiras disciplinares e metodológicas – a cultura visual vem sendo alvo de várias interpretações, algumas delas contraditórias. Há, ainda,
muitas dúvidas sobre as distinções entre a cultura visual e outros referenciais de análise de imagens. O panorama fica mais complexo quando se sabe que há várias maneiras de interpretar a cultura visual. Faz-se necessário compreender que uma coisa é enxergar as imagens pertencendo à cultura visual de diferentes momentos históricos;
outra é trabalhar na educação formal e não-formal empregando tal perspectiva.
Alimento a suspeita que a cultura visual – sobretudo aquela que questiona as visualidades (o modo como vemos) e as imagens como portadoras de significados ou “suportes de verdades” – tem seu lastro em alguns dos princípios difundidos por Foucault [...].
[Autor que] preocupa-se com o conjunto de discursos efetivamente pronunciados em diferentes épocas, modalidades de gêneros e suportes textuais. A atenção está voltada para o modo como o discurso, em suas diferentes materializações, afeta nossa maneira de pensar, ver, dizer e fazer no presente.
A cultura visual, como o termo sugere, entende que as interpretações visuais têm uma cultura, as quais afetam tanto o processo de produção como o de recepção. As imagens são construídas a partir de um repertório cultural, forjado no passado, e que, no presente, fixam e disseminam modos de compreender historicamente construídos.
A seguir, alguns dos princípios extraídos da articulação entre a cultura visual e aperspectiva foucaultiana, com a finalidade de realçar as singularidades no modo de trabalhar com as imagens:
1 - O foco não é a biografia ou o sujeito como gênio – Foucault refuta o culto ao gênio e à personalidade do autor como origem autônoma e transcendental de um discurso. Ele compreende que os sujeitos são específicos e modelados por regras e convenções construídas historicamente. A cultura visual, seguindo tal perspectiva, não se centra nos(as) artistas ou em outros(as) profissionais produtores de imagens. A biografia só interessa quando ajuda a compreender as mudanças processadas na produção visual. A atenção se volta para
a produção visual em geral e como fixam e disseminam modos de ver, pensar, fazer e dizer. Se para Foucault o tema central é o discurso e a produção de sujeitos, pode-se afirmar que o foco principal da cultura visual é a visualidade, comumente entendida como interpretações visuais construídas historicamente pelos sujeitos em diferentes épocas. Trata-se dos regimes de enunciação visual ou os modos como
passamos a ver de determinada(s) maneira(s) e não de outra(s);
2 - Não hierarquiza a produção visual – a produção visual, quer seja a consagrada e encontrada em galerias e museus, ou a mais corriqueira, detectável em cartazes, revistas, jornais, outdoors, roupas, objetos, decorações, projetos arquitetônicos e sites, sofrem os efeitos do discurso vigente em cada época. A cultura visual não faz hierarquizações entre as chamadas “obras de arte” e outras
modalidades de produção visual. O interesse de quem trabalha com cultura visual está em como as imagens, independente de ser artística ou não, produzem e fixam modos historicamente construídos de ver, pensar, fazer e dizer. Em decorrência, o trabalho com as imagens na cultura visual é essencialmente comparativo, pois imagens, de diferentes épocas e contextos culturais, ajudam a demonstrar como
determinadas representações persistem no presente;
3 - Não recorre ao passado para fazer exibicionismos – a investigação do passado é útil para conhecer desde quando se passou a pensar, ver, fazer e dizer de um determinado modo e não de outro. Não pretende, como alude a metáfora de Nietzsche, que nos tornemos caranguejos: “olhando para trás e acabando por acreditar para trás”. É possível afirmar, transpondo o mesmo qualificativo atribuído
às pesquisas de Foucault, que a cultura visual recorre ao passado para fazer uma “história do presente”. Ela desconfia do passado e o usa para questionar o presente de modo a enxergar novas veredas em relação ao futuro imediato;
4 - Não separa teoria e prática – para Foucault, a prática não é entendida como uma aplicação da teoria, como uma conseqüência da teoria como campos estanques e compartimentados. Teoria e prática podem ser vistas como “as faces” de uma mesma moeda. A cultura visual, por conseguinte, também não separa teoria e prática por entender que o saber enseja um fazer e que o fazer desvela um saber;
5 - Não é essencialista e formalista – a cultura visual não se contenta com a análise da configuração dos elementos visuais como se tivessem verdades a serem extraídas ou identificadas. Não se satisfaz com descrições psicológicas ou gestálticas sobre o que se vê. O foco da cultura visual é a interpretação das interpretações. A cultura visual não procura extrair interpretações desconectadas de um sentido, mas
problematizar como tais interpretações tornaram-se e são capazes de serem depreendidas;
6 - Não é evolutiva e linear – embora a diferenciação entre passado e presente esteja presente, a cultura visual questiona o sistema de interpretação escatológica,milenar e idealista, cuja noção de continuidade, evolução e progresso busca desconstruir;
7 - Não comunga com qualquer concepção de educação e de
currículo – como a persistência do passado torna difícil pensar uma escola diferente, a cultura visual também pretende ser uma tentativa de reorganização do espaço, do tempo, da relação entre docentes e alunos e dos saberes a serem ensinados. Não entende o currículo como uma “grade curricular”, mas como qualquer lugar ou oportunidade na qual se constitui ou se transforma a experiência de si. O brincar no recreio, participar de assembléias, de festivais, assistir a filmes,
fazer visitas, ver imagens, tudo é visto como elementos integrantes do currículo;
8 - Não é condizente com qualquer procedimento educacional – ao usar o diálogo como elemento de criação e de questionamento, a cultura visual recorre, dentre outros procedimentos possíveis, aos projetos de trabalhos. São modos flexíveis e cooperativos de ensinar e aprender, cuja finalidade é questionar visões rígidas e inflexíveis da realidade;
9 - Não contradiz outros referenciais do ensino de Arte “pósmoderno” – a análise de imagens é o ponto de continuidade entre a abordagem triangular, o multiculturalismo e a cultura visual, que considero as principais propostas do chamado “ensino de arte pós-moderno” veiculados no Brasil. Não as
vejo como contraditórias, mas perspectivas diferentes de análises de imagens e concebidas para serem abertas e flexíveis.
Erinaldo Alves do Nascimento é Doutor em Artes (ECA-USP); Mestre em biblioteconomia (UFPB) e Graduado em Educação Artística (UFRN). Professor do Departamento de Artes Visuais (UFPB) e Assessor Pedagógico em Gestão Curricular da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes da Prefeitura de João Pessoa.
E-mail: katiery@terra.com.br.
A partir desta leitura desenvolva a seguinte atividade e poste aqui neste blog
2) busque referências visuais (grafites, estamparias de tecido, murais, rótulos, capas de disco, revistas em quadrinhos e obras de arte hq's, etc) que apresentam diálogos interculturais que promovam uma reflexão crítica e poste aqui neste blog.
Erinaldo Alves do Nascimento
Originalmente publicado na edição nº42, julho de 2006, do Boletim Arte na Escola
( http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=50)
Adaptação.
[...]
Estamos vivendo uma época de intensa proliferação do visual na qual se desenvolve, paulatina e continuamente, um processo de rechaçamento da “identidade como eu” e uma valorização da “identidade como nós”. Considero que o homo clausus [Expressa a compreensão de "homem no século XIX e início do Século XX para qual esse homem era fechado "fechado em si mesmo” ou possuía uma personalidade "fechada” Homo Clausus significa "homem fechado" ou "personalidade fechada" e era um entendimento de que o homem vivia independente das relações sociais e sua identidade era dada ao nascimento e não uma construção social, como compreendemos atualmente], cunhado por Norbert Elias como uma invenção da modernidade, esteja, aos poucos, sendo questionado, e é provável, caso essas propostas venham a ser efetivadas, que, no
lugar de um sujeito individualista, desponte um outro sujeito, mais aberto para, continuamente, questionar as interpretações sobre si, estranhando as noções familiares e os julgamentos sobre o outro, tentando tornar familiar o que parece ser estranho.
Em razão das condições de possibilidades mencionadas, que podem ser associadas a muitas outras, começa a repercutir, cada vez mais, as contribuições da cultura visual. No Congresso Internacional do INSEA (International Society for Education Trough Art), realizado em Viseu, Portugal, de 01 a 05 de maio de 2006, como registra o Boletim Arte na Escola, n. 41, a Cultura Visual foi o centro dos debates.
Por ser um campo de estudo e ensino ou, como prefiro chamar, uma perspectiva educacional em Artes Visuais ainda emergente – e considerando que não se preocupa em estabelecer fronteiras disciplinares e metodológicas – a cultura visual vem sendo alvo de várias interpretações, algumas delas contraditórias. Há, ainda,
muitas dúvidas sobre as distinções entre a cultura visual e outros referenciais de análise de imagens. O panorama fica mais complexo quando se sabe que há várias maneiras de interpretar a cultura visual. Faz-se necessário compreender que uma coisa é enxergar as imagens pertencendo à cultura visual de diferentes momentos históricos;
outra é trabalhar na educação formal e não-formal empregando tal perspectiva.
Alimento a suspeita que a cultura visual – sobretudo aquela que questiona as visualidades (o modo como vemos) e as imagens como portadoras de significados ou “suportes de verdades” – tem seu lastro em alguns dos princípios difundidos por Foucault [...].
[Autor que] preocupa-se com o conjunto de discursos efetivamente pronunciados em diferentes épocas, modalidades de gêneros e suportes textuais. A atenção está voltada para o modo como o discurso, em suas diferentes materializações, afeta nossa maneira de pensar, ver, dizer e fazer no presente.
A cultura visual, como o termo sugere, entende que as interpretações visuais têm uma cultura, as quais afetam tanto o processo de produção como o de recepção. As imagens são construídas a partir de um repertório cultural, forjado no passado, e que, no presente, fixam e disseminam modos de compreender historicamente construídos.
A seguir, alguns dos princípios extraídos da articulação entre a cultura visual e aperspectiva foucaultiana, com a finalidade de realçar as singularidades no modo de trabalhar com as imagens:
1 - O foco não é a biografia ou o sujeito como gênio – Foucault refuta o culto ao gênio e à personalidade do autor como origem autônoma e transcendental de um discurso. Ele compreende que os sujeitos são específicos e modelados por regras e convenções construídas historicamente. A cultura visual, seguindo tal perspectiva, não se centra nos(as) artistas ou em outros(as) profissionais produtores de imagens. A biografia só interessa quando ajuda a compreender as mudanças processadas na produção visual. A atenção se volta para
a produção visual em geral e como fixam e disseminam modos de ver, pensar, fazer e dizer. Se para Foucault o tema central é o discurso e a produção de sujeitos, pode-se afirmar que o foco principal da cultura visual é a visualidade, comumente entendida como interpretações visuais construídas historicamente pelos sujeitos em diferentes épocas. Trata-se dos regimes de enunciação visual ou os modos como
passamos a ver de determinada(s) maneira(s) e não de outra(s);
2 - Não hierarquiza a produção visual – a produção visual, quer seja a consagrada e encontrada em galerias e museus, ou a mais corriqueira, detectável em cartazes, revistas, jornais, outdoors, roupas, objetos, decorações, projetos arquitetônicos e sites, sofrem os efeitos do discurso vigente em cada época. A cultura visual não faz hierarquizações entre as chamadas “obras de arte” e outras
modalidades de produção visual. O interesse de quem trabalha com cultura visual está em como as imagens, independente de ser artística ou não, produzem e fixam modos historicamente construídos de ver, pensar, fazer e dizer. Em decorrência, o trabalho com as imagens na cultura visual é essencialmente comparativo, pois imagens, de diferentes épocas e contextos culturais, ajudam a demonstrar como
determinadas representações persistem no presente;
3 - Não recorre ao passado para fazer exibicionismos – a investigação do passado é útil para conhecer desde quando se passou a pensar, ver, fazer e dizer de um determinado modo e não de outro. Não pretende, como alude a metáfora de Nietzsche, que nos tornemos caranguejos: “olhando para trás e acabando por acreditar para trás”. É possível afirmar, transpondo o mesmo qualificativo atribuído
às pesquisas de Foucault, que a cultura visual recorre ao passado para fazer uma “história do presente”. Ela desconfia do passado e o usa para questionar o presente de modo a enxergar novas veredas em relação ao futuro imediato;
4 - Não separa teoria e prática – para Foucault, a prática não é entendida como uma aplicação da teoria, como uma conseqüência da teoria como campos estanques e compartimentados. Teoria e prática podem ser vistas como “as faces” de uma mesma moeda. A cultura visual, por conseguinte, também não separa teoria e prática por entender que o saber enseja um fazer e que o fazer desvela um saber;
5 - Não é essencialista e formalista – a cultura visual não se contenta com a análise da configuração dos elementos visuais como se tivessem verdades a serem extraídas ou identificadas. Não se satisfaz com descrições psicológicas ou gestálticas sobre o que se vê. O foco da cultura visual é a interpretação das interpretações. A cultura visual não procura extrair interpretações desconectadas de um sentido, mas
problematizar como tais interpretações tornaram-se e são capazes de serem depreendidas;
6 - Não é evolutiva e linear – embora a diferenciação entre passado e presente esteja presente, a cultura visual questiona o sistema de interpretação escatológica,milenar e idealista, cuja noção de continuidade, evolução e progresso busca desconstruir;
7 - Não comunga com qualquer concepção de educação e de
currículo – como a persistência do passado torna difícil pensar uma escola diferente, a cultura visual também pretende ser uma tentativa de reorganização do espaço, do tempo, da relação entre docentes e alunos e dos saberes a serem ensinados. Não entende o currículo como uma “grade curricular”, mas como qualquer lugar ou oportunidade na qual se constitui ou se transforma a experiência de si. O brincar no recreio, participar de assembléias, de festivais, assistir a filmes,
fazer visitas, ver imagens, tudo é visto como elementos integrantes do currículo;
8 - Não é condizente com qualquer procedimento educacional – ao usar o diálogo como elemento de criação e de questionamento, a cultura visual recorre, dentre outros procedimentos possíveis, aos projetos de trabalhos. São modos flexíveis e cooperativos de ensinar e aprender, cuja finalidade é questionar visões rígidas e inflexíveis da realidade;
9 - Não contradiz outros referenciais do ensino de Arte “pósmoderno” – a análise de imagens é o ponto de continuidade entre a abordagem triangular, o multiculturalismo e a cultura visual, que considero as principais propostas do chamado “ensino de arte pós-moderno” veiculados no Brasil. Não as
vejo como contraditórias, mas perspectivas diferentes de análises de imagens e concebidas para serem abertas e flexíveis.
Erinaldo Alves do Nascimento é Doutor em Artes (ECA-USP); Mestre em biblioteconomia (UFPB) e Graduado em Educação Artística (UFRN). Professor do Departamento de Artes Visuais (UFPB) e Assessor Pedagógico em Gestão Curricular da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes da Prefeitura de João Pessoa.
E-mail: katiery@terra.com.br.
A partir desta leitura desenvolva a seguinte atividade e poste aqui neste blog
2) busque referências visuais (grafites, estamparias de tecido, murais, rótulos, capas de disco, revistas em quadrinhos e obras de arte hq's, etc) que apresentam diálogos interculturais que promovam uma reflexão crítica e poste aqui neste blog.
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
atividade orientada: fundindo culturas visuais
Takashi Murakami
"Takashi Murakami
(nascido em Tóquio) é um prolífico artista japonês contemporâneo cujo trabalho
abrange tanto a pintura quando as mídias digitais.
Licenciou-se pela
Universidade Nacional de Belas Artes e Música de Tóquio obtendo a graduação em
Nihonga (pintura tradicional japonesa). Entrou no mundo da arte contemporânea
em 1990 sob a tutela do artista Masato Nakamura. Em 1993 criou o seu alter ego
Mr. DOB. Começou então a ser reconhecido dentro e fora do Japão pela sua
particular síntese entre a arte tradicional e contemporânea japonesa e a arte
pop norte-americana.
Ele cunhou o
termo superflat, que descreve tanto a estética característica da tradição artística
japonesa e a natureza do pós-guerra a cultura e a sociedade japonesa.
Superflat também
é usado como um apelido para descrever o estilo de Murakami e de outros
artistas japoneses que ele influenciou.
Conta com muitas
exposições em variados locais de todo o mundo. Em maio de 2009 expôs no Museu
Guggenheim Bilbau mas a sua exposição mais famosa foi no Palácio de Versalhes.
A sua obra abarca múltiplas formas artísticas: o animé, pintura, escultura,
desenho industrial e moda.
Em 2009 a revista
TIME definiu-o como o mais influente representante da cultura japonesa
contemporânea.
Em 2011 a empresa
Google pediu a ele que fizesse um Google's Doodle para o solstício de inverno
no hemisfério sul" ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Takashi_Murakami).
Algumas vezes Takashi Murakami é comparado como o novo Andy
Warhol como um novo ícone da cultura pop Norte Americana. Ele estudou pintura
tradicional japonesa e consegue fundir em seus trabalhos, sem nenhum
preconceito elementos da cultura popular e da cultura erudita.
Takashi Murakami mistura em seus trabalhos referencias da
cultura do consumo e desenvolve suas produções artísticas em dois ateliers diferentes um em
Tóquio e outro em Nova Iorque em unidades de produção em massa que ele denomina
de Factory (fábrica).
Diferente de Warhol que produzia seus
trabalhos de ironizando a baixa cultura, se apropriando dos elementos da
cultura pop e a deslocando para a alta cultura, Murakami se apropria da cultura
popular e dialoga com elementos da cultura tradicional, ironizando e
planificando ambas.
Alias
a separação entre alta baixa cultura faz parte de uma noção ocidental, pois no
oriente é tanto considerado arte uma suiboku-ga do século XVI (pintura
tradicional japonesa) quanto um bonsai, quanto o ato de fazer e servir um chá. Uma pintura japonesa do século XV fica lado a lado de um
jogo de xícaras ou um quimono.
Esse artista produz desde estamparias de tecidos, bonecos de pelúcia, vídeos, camisetas, embalagens e pinturas. Ele planeja produzir uma série de figurinhas de chiclete de bola que serão vendidas a 6 reais cada permitindo que muitas pessoas, interessadas em seu trabalho tenham a oportunidade de possuir um de suas obras.
Ao fazer isso o artista ironiza o mercado de arte e subverte os conceitos de autoria e autenticidade ao informar que em se tratando de arte contemporânea o artista é muitas vezes um agenciador de ideias, pois como disse Marcel Duchamp: A arte é, antes de tudo, produção de pensamento.
Exemplo quimono
Exemplo de suiboku-ga (pintura tradicional japonesa)
A partir desta leitura desenvolva a seguinte atividade e poste aqui neste blog
1) produza uma narrativa visual com imagens de Takashi Murakami e Andy Warhol e poste aqui neste blog.
Oficina Artística CEMEPE
Abaixo apresento a transcrição de uma oficina pedagógica realizada no Centro Municipal de Estudo e Projetos Educacionais - Julieta Diniz, na cidade de Uberlândia, Minas Gerais.
Se trata de uma oficina pedagógica realizada pelo NUPEA - Núcleo de
Pesquisa em Ensino de Arte da Universidade Federal de Uberlândia para professores de Artes Visuais da Rede Municipal de Ensino da cidade de Uberlândia.
Ao final da transcrição eu apresento uma sugestão de atividade para você desenvolver.
Alexandre
Uberlândia,
02 de outubro de 2012.
Ajuda memória/Transcrição da oficina
As anotações
abaixo transcritas foram enviadas por email pelo prof. Alexandre Pereira, com
um pedido de solicitação para autorização de divulgação das imagens no seu blog
- http://atividadevisual.blogspot.com.br/
Primeiramente foi realizada
uma proposta de leitura de imagem de modo expandido (extrapolando apenas a
visão) que envolveu outras
sensações (tato, audição, paladar, olfato). Para isso foi montado uma
instalação releitura a partir da obra da artista Claudia França (esterways).
Os
participantes se dirigiam em pequenos grupos à sala onde foi montada a
instalação/releitura e ao retornar comentaram sobre suas experiências
individuais.
Ao
retornarmos para a sala de formação as ministrantes pediram que cada um
escrevessem em um pequeno papel três palavras que remetessem as sensações/percepções
sobre a experiência: leveza, transparência, memória, liberdade, diversão,
curiosidade, calma, vontade de cheirar, surpresa, ludicidade, estranheza,
forro, escada, tubos, branco, branco, branco, tridimensionalidade, suavidade,
tranquilidade, descanso, ausência, limpeza, colorido, divertido, gostoso,
descoberta, potencialidade e monocromia, curiosidade, fadiga, improviso,
ansiedade, descoberta, experiência, estranhamento, curiosidade, paz, Ester Paz,
o grande cilindro branco, religiosidade, sutileza, Arte, foco, expectativa,
receio, realização, toque, brancos, leveza, paz, harmonia, suavidade, busca,
sensação de suavidade, expectativa, tédio, frio, branco, suavidade, conforto,
emoção, conforto, desconforto, suavidade, sensação lúdica, paz, curiosidade,
branco, sentir=tato, cheiro, texturas, imagens, doce, macio, áspero,
repugnante, interessante, branco, doce, expectativa, sensação, prazer,
admiração, dor, insegurança, sensibilidade, foco, relaxamento, tranquilidade,
ansiedade, perfume.
As minhas
palavras foram “colorido, divertido e gostoso” justifiquei que para mim a
experiência de ser vendado e tocar em alguns objetos que estavam instaurados
sobre uma mesa me remetiam a cores, mesmo sabendo que toda a
instalação/releitura era branca.
Isso gerou
algumas brincadeiras divertidas entre os participantes, pois ficou parecendo
que eu tinha viajado muito. (risos).
A obra
esterways (clique nos links para ver e ler mais sobre essa obra) se constitui, por uma instalação com aspectos de site specific
realizado na oficina cultural de Uberlândia. As imagens remetem a escadas que
são construídas por meio de uma estrutura de trama leve, sob a qual, são
dispostas placas brancas e/ou um plástico kitsch que lembra um delicado forro
de mesa bordado que é disposto longitudinal configurando escadas sublimes.
Veja os links com imagens abaixo
- http://poeticasdaimagem.blogspot.com.br/2011/06/esterways-claudia-franca.html
- http://www.flickr.com/photos/paulorogerioluciano/5889696796/
- http://paginacultural.com.br/artes/claudia-franca-apresenta-ester-ways/
- http://www.correiodeuberlandia.com.br/entretenimento/exposicao-ester-ways-pode-ser-vista-na-casa-da-cultura/
Entradas para uma atividade pedagógica a partir da análise da obra da artista
Foi
pensado em “entradas” possíveis para esse trabalho.
As que
consegui anotar foram:
•
Texturas.
•
João
pé de feijão (uma professora disse que introduziria a obra, com suas crianças,
a partir desse conto, lembrando que se trata de professores, em sua maioria que
trabalham com educação infantil).
•
Equilíbrio.
•
Composição.
•
Planos.
•
Linhas.
•
Tridimensionalidade.
•
Desenho
(Desenho no espaço/ desenho aéreo com barbante)
•
Instalação.
- Artistas
que dialogam com este trabalho
•
Escher
•
Waltercio
caldas
Eu lembrei,
conquanto não falei, que “Ester Ways” me remetia ao trabalho do artista brasilense Eliezer Sturm chamado de “o sonho de Jacó” que se
tratava de uma vídeo instalação com televisores dispostos de modo escalonado
com uma imagem sequenciada de uma pessoa descendo uma escada.
Também foi mostrada pelas palestrantes a pintura “nu descendo a escada” de Marcel Duchamp que ainda remete à configurações cubistas se caracterizando por uma ideia de movimento em vórtice.
Lembro-me também das fotografias Ascending Stairs (imagem ao lado) e Descending stairs and turning around (imagem abaixo) ambas registradas entre os anos de 1884-85 por de Eadweard Muybridge que tinham um caráter experimental e foram realizadas ainda no Século XIX , nos primórdios do desenvolvimento da fotografia.
Após o intervalo fomos direcionados pelas palestrantes a criar um trabalho (individual ou em grupo) a partir das discussões.
Foram pensados
dois trabalhos que foram realizados coletivamente.
Após a realização dos mesmos
circulamos entre eles “tecendo” comentários.
Participei
da construção coletiva da montagem de uma grande “teia de aranha” que ficou
pendurada no pé-direito do CEMEPE que se desdobrou na improvisação de uma
performance.
Sobre esse trabalho, que o grupo de professores denominou por sugestão: por um fio - comentou – se algumas entradas, das quais, consegui anotar as seguintes:
- Ambiente
- Desenho
- Performance
O segundo
trabalho, foi denominado, por sugestão do grupo por “armadilha suspensa”.
O mesmo foi
realizado na convergência da rampa de acesso ao segundo andar do prédio.
Configurava-se
em uma trama aleatória de linhas de algodão com palitos de churrasco pendurados
com um fio de náilon.
Discutiu-se
que esse trabalho criava antagonismos poéticos em torno das ideias de
tensão/suavidade, dramaticidade/leveza (esses em comparação ao trabalho “por um
fio” e “armadilha suspensa”).
E também as ideias de transparência e peso, leveza e agressividade, pelo fato do mesmo estar na convergência da rampa ficaram parecendo uma armadilha, devido a sutileza do trabalho, que poderia passar despercebido por alguma pessoa que poderia ser “pega de surpresa” pelo mesmo.
E também as ideias de transparência e peso, leveza e agressividade, pelo fato do mesmo estar na convergência da rampa ficaram parecendo uma armadilha, devido a sutileza do trabalho, que poderia passar despercebido por alguma pessoa que poderia ser “pega de surpresa” pelo mesmo.
Comentou-se
que este trabalho dialogava com a obra da artista Nazaré Pacheco.
Ao final do turno retornamos para a sala de formação e pude anotar os seguintes comentários:
Que os trabalhos podem ser pensados e
serem realizados nas salas de aula ao se discutir ideias de desenho e
coletividade.
Pois o trabalho coletivo envolve o
respeito e a solidariedade, temas que estão em voga, porque dialogam com a
questão da interculturalidade.
Abaixo transcrevemos os participantes
de cada trabalho:
POR UM FIO – 2012
Adriana
Guarato Santos
Adriana
Lúcia Pimentel Souza
Alexandre
Adalberto Pereira
Aroldo
José de Souza
Cristiane
Cândida
Elenice
Jeronima da Silva
Gustavo
da Silva Oliveira
Ismar
Paz da Silva
Patrícia
da Silva
ARMADILHA SUSPENSA – 2012
Brígida
Borges
Carmem
Terezinha F. A. Lima
Maria
Isabel Rosa
Maria
Rosalina Souza Pereira Miguel
Mary
Castro
Olaia
Alves Cruvinel
Rozalvi
Pereira
SEM NOME - 2012
Andrielle
B. de Paula
PALAVRAS – 2012
Eliane
de Fátima Vieira Tinoco
ACESSO AO ANDAR
SUPERIOR –
2012
Flávio
Henrique Amorim
Maria
Leura Gonçalves
Mariza
Barbosa de Oliveira
Osvanda
M. F. Guerra
Rosângela
de Ávila
Sérgio
Naghettini
Sônia
Maria Ferreira
Suêmis
Rodrigues
Valéria
Carrilho da Costa
Veridiana
R. Carneiro
Atividade:
Visite os links relacionados nesta postagem, veja as imagens da instalação Ester Ways de Cláudia França e pense em outras imagens que se relacionam com o trabalho desta artista e em seguida apresente as suas entradas para o desenvolvimento de aulas de artes.
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