domingo, 18 de setembro de 2011

Roma Locuta, Causa Finita Est!














Se USP (ou Espanha, ou Estados Unidos, ou Inglaterra...) falou, a causa está terminada?

As palavras dos especialistas servem para apoiarmos a construção de nossas ideias. Portanto é comum consultarmos e nos apoiarmos nas opiniões de professores, livros e especialistas que podem nos auxiliar na mediação e apropriação dos conhecimentos.

O problema começa a surgir quando, por desonestidade intelectual, passamos a usar uma falácia argumentativa chamada de argumentum magister dixit ou argumento de autoridade. 
Se trata de uma falácia lógica, na qual as pessoas para validar uma opinião ou argumento apelam à palavra da autoridade.
A limitação da falácia da autoridade está no sentido de que ela se baseia na pretensa credibilidade da fala de uma autoridade que é apresentada, de acordo com a conveniência, sem questionamento como se fosse uma verdade fixa.
A intensão é encerrar a argumentação impedindo ao interlocutor continuar a discussão. Se Roma falou, então a causa está terminada.
Isso acontece muitas vezes quando apelamos aos conhecimentos já estabelecidos ou por conveniência ou por tradição como se isso, por si, só bastasse para sustentar uma ideia ou prática.
Numa perspectiva crítica nos devemos refutar esse tipo de argumento denunciando-o com a finalidade de exercitarmos nossa liberdade intelectual e autonomia para lidar com novas ideias, propostas e práticas, mesmo que experimentais, sendo inovadoras ou não.
Então, em se tratando de ensino de arte na contemporaneidade,  se um  douto falou isso não é motivo para o encerramento da causa!